Picos(PI), 26 de Novembro de 2024

Matéria / Geral

Custo alto no material de construção deve se manter até 2021

O superaquecimento desses itens é reflexo de uma distorção nas relações entre oferta e demanda

25/10/2020 - Redação

Imprimir matéria
P40G-IMG-981ae63597321ab35a.jpg (Foto: Reprodução/ www.buildin.com.br)
P40G-IMG-981ae63597321ab35a.jpg (Foto: Reprodução/ www.buildin.com.br)

A elevação nos custos de cimento, aço, areia, fios, tubulação e outros materiais de construção - que ficou evidente na retomada dos negócios imobiliários após o flexibilização da quarentena - deve se estender até meados do primeiro semestre do ano que vem e, depois disso, perder força, de acordo com especialistas do setor.

Por enquanto, o movimento de alta segue em vigor, conforme mostra o Índice Nacional de Custos da Construção (INCC) apurado pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

O INCC em outubro avançou 1,50% até o segundo decênio do mês, mostrando uma aceleração frente aos 0,98% registrados no mesmo período de setembro. Com isso, o INCC chegou a 6,14% no ano e 6,44% em 12 meses.

A pressão vem do grupo materiais, equipamentos e serviços, com elevação de 3,04% no segundo decênio de outubro ante 2,02% no mesmo período de setembro. No ano, o crescimento desse grupo atingiu 10,84% e, em 12 meses, foi a 11,19%.

O superaquecimento desses itens é reflexo de uma distorção nas relações entre oferta e demanda, de acordo com a pesquisadora da FGV para o setor da construção civil, Ana Maria Castelo.

"Houve uma parada da indústria por causa da pandemia e uma retomada muito forte e rápida da demanda com o arrefecimento da quarentena. Isso causou uma distorção surreal, nunca antes imaginada. A oferta da indústria não conseguiu acompanhar a demanda no mesmo ritmo", explica.

"Por imposição da pandemia, a indústria viu sua produção diminuir abruptamente em cerca de 50% em abril e maio. E logo na sequência viu uma retomada abrupta da demanda, com necessidade de reposição de estoques e incremento expressivo dos volumes de produção", afirma o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat), Rodrigo Navarro. 

 

Estadão Conteúdo
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

Facebook