10/09/2022 - Jesika Mayara
A morte de três pessoas da mesma família por afogamento em Timon (MA), no último domingo (4/09), foi semelhante à tragédia em Nazária, a 30 km de Teresina, no dia 28 de agosto.
Em ambos os casos, uma pessoa começou a se afogar após cair em um buraco (espécie de redemoinho) no Rio Parnaíba. Familiares que estavam próximos tentaram salvar a primeira vítima de afogamento e acabaram se afogando. Em Nazária, cinco pessoas da mesma família morreram; em Timon, três pessoas morreram.
As duas tragédias acendem um alerta para aqueles que eventualmente possam ir ao rio tomar banho.
O tenente João Lucas Oliveira, do Corpo de Bombeiros de Timon, afirmou que o recomendável é que a população evite tomar banho de rio, porque uma das características do Rio Parnaíba é ter buracos próximos às coroas que chegam a seis metros de profundidade.
“A recomendação que a gente dá é evitar tomar banho no rio. E se vier, em momento de lazer, tomar cuidado. Você acha que a área está rasa, mas na verdade você dá dois, três passos e cai num buraco. E a área pode chegar a profundidade de até seis metros”, ressaltou o bombeiro.
Outra recomendação do tenente é não misturar bebida alcoólica com banho de qualquer natureza, principalmente de rio. “Mas, Infelizmente é o que a gente mais vê acontecer”, completou o tenente João Lucas.
Foto: Renato Andrade / Cidadeverde.com
Nos buracos próximos às coroas há, geralmente, redemoinhos formados pela forte correnteza. E, muitas vezes, a superfície da água está tranquila, mas o tenente afirma que por baixo a correnteza é muito forte.
Por conta disso, mesmo que a pessoa saiba nadar, ao cair nesses buracos a correnteza e o redemoinho podem fazer a pessoa ficar girando embaixo d’água e não conseguir retornar à superfície. Por isso mesmo quem sabe nadar corre risco de morrer afogado por conta da dinâmica presente no Rio Parnaíba.
O bombeiro destacou ainda a necessidade de chamar pessoas capacitadas para salvar pessoas que estejam se afogando. Porque mesmo que a pessoa saiba nadar, o instinto de sobrevivência de quem está se afogando pode impedir que o resgate seja feito.
“Pelo instinto de sobrevivência, as pessoas tentam se manter na superfície. Você se encontra uma pessoa se afogando, se debatendo. Você vai ajudar e ela vai lhe empurrar para baixo no intuito de ficar na superfície e a pessoa acaba se afogando. Foi o que aconteceu [nas duas tragédias: em Timon e em Nazária]”, completou o tenente João Lucas Oliveira.
Para evitar que esse tipo de tragédia aconteça novamente, a Prefeitura de Nazária irá instalar placas avisando a banhistas os locais onde há risco de buracos e forte correnteza.