07/02/2023 - Jesika Mayara
A delegada Nathalia Figueiredo, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), aguarda o resultado do exame toxicológico para saber se Janaína da Silva Bezerra, 21 anos, foi dopada antes de ser morta em uma sala de aula na Universidade Federal do Piauí (Ufpi). O material colhido está sendo periciado em São Paulo.
“Sabemos que ela consumiu álcool. Só que há um laudo pendente e é justamente ele que vai nos dizer se foi feito o uso de algum entorpecente por parte do agressor para que a vítima ficasse em uma situação ainda maior de vulnerabilidade”, informou a delegada Nathalia Figueiredo.
Na sala onde o crime aconteceu, a Polícia encontrou bebida que, segundo o suspeito Thiago Mayson relatou, teria sido para consumo no dia em que se encontrou com Janaína da Silva.
A perícia encontrou no celular de Thiago Mayson um vídeo e fotos que teriam sido feitos por ele durante a violência sexual contra Janaína da Silva. Segundo a delegada, observou-se nas imagens que ela estava em uma situação de subjugação, onde ela não teve a menor capacidade para se defender.
“Tudo aconteceu na sala de mestrado. Quando houve a análise pela perícia, utilizaram o termo como se não tivesse sinais de confronto. Em constatar que a vítima estava em uma situação de vulnerabilidade. Ela não apresentava marcas de violência no corpo e ele não tinha lesões de defesa”, pontuou a delegada.
Depoimento
Thiago Mayson foi interrogado pela delegada e durante seu depoimento apresentou algumas contradições. Entre elas, segundo informações da delegada Nathalia Figueiredo, esteve o destino da camisinha utilizada durante o ato contra Janaína da Silva.
“Tentou esconder a camisinha que usou na primeira violência sexual. Ele guardou dentro do armário e trancou. Inclusive teve o cuidado de colocar essa camisinha num papel e trancar. Para mim, foi clara a questão da fraude processual. Antes dizia que tinha jogado fora. Vimos no interrogatório dele muitas contradições”, destacou a delegada.
De acordo com a Polícia, inicialmente, durante os depoimentos, Thiago Mayson estava indiferente ao que tinha acontecido e estava conversando como se contasse uma história.
“Mas quando começou a ser confrontado, ele começou a se desestabilizar. Porque estava vendo que a história que ele estava criando, estava sendo confrontada com o que estava sendo produzida pela perícia. Diz que fez [sexo com a vítima] com consentimento, mas a violência foi desprorporcional”, completou a delegada.
Suspeito filmou estupro
Thiago Mayson foi indiciado por homicídio duplamente qualificado, estupro, fraude processual e vilipêndio a cadáver. Segundo a delegada, Thiago teve relação sexual com a vítima já morta. O suspeito também teria filmado parte da ação.
“Ela sofreu sofrimento físico e psicológico muito grande. Através da análise de tudo que foi produzido chegamos a conclusão de homicídio com duas qualificadoras, estupro, fraude processual. E através do laudo também chegou a informação de que ele praticou a violência sexual contra a vítima já morta”, destacou a delegada.
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