20/09/2023 - Jesika Mayara
A psicóloga Idelâne Marques descobriu em 2019 uma doença a partir de manchas roxas no rosto, diagnosticada como aplasia medular severa. Ela precisava de uma doação de medula óssea, em que as chances de um paciente encontrar um doador compatível era de uma a cada 100 mil pessoas.
“A minha medula parou de funcionar e a única forma de ter cura era por meio de um transplante de uma medula óssea, e isso foi devastador na minha vida e da minha família”, declarou.
Idelâne precisava de constantes doações de sangue e necessitava com urgência de uma transfusão de medula óssea. Foi quando então, o orçamentista Wellington Gomes, recém cadastrado para doação, recebeu uma ligação que mudaria a sua vida e a da psicóloga.
“Eu não doava sangue, um amigo meu precisou uma vez de doação para mãe dele e então eu resolvi ajudar, e nesse período em que doei para a mãe dele, eu peguei gosto pela doação. Algum tempo depois eu fui chamado, pois estava compatível com uma pessoa”, relatou o orçamentista.
Wellington, que até então não conhecia Idelâne, contou que foi chamado para fazer os exames, todos pagos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), e que o processo foi rápido.
“Eu não tive nenhum custo adicional, tudo foi muito rápido. Fiz os exames, no outro dia fiz a internação, no outro já a coleta e depois tive alta”, contou.
Apesar do sucesso da doação, Idelâne e Wellington não puderam se encontrar, pois segundo as regras do Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome), doador e receptor devem se manter em silêncio nos 18 primeiros meses após a doação. Somente depois desse período, eles podem se encontrar caso tenham o desejo.
“Meu anjo doador se chama Wellington, ele me doou um pouquinho de sua medula no dia 7 de setembro de 2019 e desde então eu tive uma segunda chance de nascer”, declarou Idelâne.
Idelâne e Wellington se encontraram meses depois da transfusão. Ela convidou o doador para seu casamento, e desde então os dois mantêm uma ótima relação. Para Wellington a doação serviu como um meio de ajudar o próximo e diz que faria tudo de novo.
“Valeu a pena demais! Faria tudo de novo, e incentivo as pessoas a fazerem a doação, pois tem tanta gente precisando de sangue e uma medula para sobreviver, e é uma corrida contra o tempo”, lembrou Welligton.
Como doar?
Para doar basta ter de 18 a 35 anos, estar em bom estado de saúde e não ser diagnosticado com doenças como câncer, hepatite e HIV.
O cadastro de doadores é feito no Centro de Hematologia e Hemoterapia do Piauí (Hemopi).
A medula óssea é um tecido líquido que ocupa o interior dos ossos, onde são produzidos os componentes do sangue.
Fonte: G1