06/10/2023 - Jesika Mayara
O Ministério Público do Piauí ingressou na quinta-feira (5) no Tribunal de Justiça com um pedido de apelação para pedir a anulação da sentença de 18 anos e seis meses de Thiago Mayson da Silva Barbosa, condenado por estuprar e matar a estudante de jornalismo, Janaína Bezerra, de 21 anos. A informação foi confirmada pela advogada Florence Rosa, pois a acusação defende uma pena maior para o acusado, de até 70 anos.
Janaína Bezerra foi morta em janeiro deste ano ao participar de uma calourada dentro do campus da Universidade Federal do Piauí (UFPI). Segundo a perícia, ela foi estrangulada e estuprada mesmo depois de morta. O caso foi levado a julgamento pelo Tribunal Popular do Júri no dia 29 de setembro deste ano, onde ele foi condenado a 18 anos e seis meses de prisão pelos crimes de homicídio, estupro de vulnerável, vilipêndio de cadáver e fraude processual.
A acusação, formada pelo Ministério Público e pela advogada da família Florence Rosa, considerou a pena baixa pelos crimes cometidos e questiona a decisão dos membros do júri que não aceitaram a qualificadora de feminicídio, que aumentaria ainda mais a pena do acusado.
“A apelação foi interposta. Agora abre prazo para juntar as razões da apelação. É nessa fase que estamos. Temos 8 dias para as razões. Porém, juntaremos antes. O recurso de apelação foi interposto ontem. Foram 5 dias para apelação. Acabaria hoje o prazo da apelação, mas o MP interpôs ontem. Temos mais 8 dias para as razões”, informou a advogada Florence.
Após a apresentação da apelação que pede a anulação do julgamento, a defesa do acusado também terá um prazo para se manifestar e, posteriormente, será a vez do juiz decidir. Se ocorrer a anulação, um novo julgamento será realizado.
O advogado Ércio Quaresma, que defende o ex-estudante de mestrado Thiago Mayson da Silva Barbosa, após o julgamento chegou a manifestar que considerou as penas aplicadas ao réu como "excessivas" e que iria pedir a redução da pena.
Frente Popular critica pena aplicada
A Frente Popular de Mulheres Contra o Feminicídio divulgou uma nota pública nesta sexta-feira (6), destacando espanto e indignação com a pena de apenas 18 anos e 6 meses, afirmando que a sentença não fez jus aos crimes de homicídio, estupro de vulnerável, vilipêndio de cadáver e fraude processual, e principalmente porque o júri não acrescentou a qualificadora de feminicídio.
A Frente Popular de Mulheres Contra o Feminicídio defendeu a realização de um novo julgamento.
Cidade Verde