12/08/2024 - Jesika Mayara
O Procon (Programa de Proteção e Defesa do Consumidor) instaurou, na última quinta-feira (08), procedimento administrativo sobre supostas cobranças abusivas e indevidas referentes à taxação sobre a produção de energia solar no Piauí, tanto em unidades produtoras como nas beneficiarias, com incidência no início deste ano.
Segundo o Procon/MPPI, a concessionária responsável pela distribuição de energia elétrica no estado não repassou esclarecimentos plausíveis de como é feito o cálculo dos respetivos valores incluídos nas faturas de consumo. Para o órgão de defesa do consumidor, é necessário que a empresa esclareça qual a base dos cálculos utilizados nas cobranças das taxas.
Em resposta preliminar aos consumidores, a Equatorial Piauí deu informações sobre o memorial de cálculo GD-I, GD-II e GD-III, a fundamentação legal para a cobrança, a justificativa de cobrança e a quantidade de consumidores, atualmente, registrados na Equatorial Piauí para GD-I, GD-II e GD-III.
Na portaria de instauração do procedimento, assinada pelo promotor de Justiça Nivaldo Ribeiro, coordenador-geral do Procon/MPPI, o órgão determinou a notificação da Equatorial, no prazo de 15 dias úteis, apresentem de forma pormenorizada o memorial de cálculo detalhado utilizado pela concessionária, destacando a base usada para o cálculo dos impostos incidentes sobre a energia compensada por geração distribuída; indique quais leis, resoluções, convênio ou decreto está sendo utilizado como fundamento para a incidência desses impostos; forneça as justificativas para a cobrança de forma discrepante entre as unidades categorizadas como tipos de projetos: GD I, GD II e GD III; e informe o quantitativo de consumidores GD I, GDII e GD III no processo de cobrança de impostos.
O Procon/MPPI informou também que vai oficiar a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para emitir parecer técnico-jurídico acerca da regularidade da cobrança de ICSM sobre a TUSD aos consumidores no Estado do Piauí.
Por último, o órgão de defesa do consumidor oficiará a Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz/PI) solicitando uma consulta tributária formal para que emita um parecer oficial sobre o caso.
A reportagem procurou a Equatorial Piauí, que esclareceu que, como concessionária de distribuição de energia elétrica, cumpre as regras do setor elétrico brasileiro e a legislação tributária federal, estadual e municipal, rigorosamente.
Segundo a concessionária, as distribuidoras de energia são agentes arrecadadoras dos tributos. Assim, os valores cobrados nas contas de energia elétrica, a título de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS, são integralmente repassados ao Ente Tributante, nos termos das normas do Governo do Estado.
Portal O Dia