(Foto: Freepik)

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Um desafio cada dia maior para o sistema de saúde no Brasil é o aumento nos casos de obesidade e sobrepeso entre a população. Dados indicam que quase metade da população terá algum grau de obesidade em até 20 anos. Somando a essa quantidade a parcela da população que pode apresentar sobrepeso, 75% da população estará acima do peso ideal em 2044.

As informações foram apresentadas em um estudo divulgado no Congresso Internacional sobre Obesidade, realizado em junho deste ano em São Paulo, que aponta também para o aumento de doenças e mortes com alguma relação com o excesso de peso.

Para a endocrinologista, Ana Mychelly Duarte Lima, problemas com a genética e hábitos alimentares têm ampliado a quantidade de casos de obesidade na sociedade atual. “A obesidade tem causa complexa, e ocorre principalmente quando há predisposição genética. Essa vulnerabilidade biológica e o padrão alimentar atual promovem a epidemia de obesidade que vemos. No entanto, raramente, doenças endócrinas podem levar ao surgimento da obesidade, sendo necessário procurar um especialista para avaliação e tratamento”, apontou.

O sobrepeso e a obesidade também estão associados a uma série de problemas de saúde que, caso não sejam acompanhados, podem levar a uma queda na qualidade de vida do paciente. Essas doenças correlatas não se limitam a mobilidade física, mas afetam também todo o organismo do paciente, e até mesmo sua saúde mental.

“A pessoa com obesidade tem maior propensão a desenvolver problemas como hipertensão, doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, artrose, pedra na vesícula, refluxo gastroesofágico e câncer. A obesidade também pode levar a danos na saúde mental, acarretando diminuição da autoestima e depressão”, alertou a endocrinologista.

Acompanhamento e Tratamento

Na sexta-feira (11) foi celebrado o Dia Nacional de Prevenção à Obesidade, marcado pela importância de se prevenir e combater o excesso de peso na população. Segundo Ana Mychelly, medidas que fortaleçam e incentivem a uma alimentação balanceada e saudável junto à população são de grande importância, já que a obesidade é um risco à saúde em um nível global.

“Reduzir o acesso a alimentos não saudáveis, como os ultraprocessados, e aumentar a disponibilidade do que as pessoas realmente precisam comer, como frutas, verduras e legumes, envolvem medidas governamentais que vão além da área da saúde. A disponibilidade, o preço, a facilidade de preparo e conservação, e a publicidade influenciam de maneira determinante a nossa escolha”, explicou.

Ana Mychelly também apontou a importância de um acompanhamento especializado, com atenção especial a uma alimentação saudável e à prática regular de exercícios físicos, bem como o acompanhamento quanto a problemas de saúde preexistentes ou que tenham surgido graças ao aumento no peso.

“No cuidado de pessoas com obesidade, o endocrinologista leva em consideração a presença de fatores de risco e outras doenças para terem a noção da gravidade da doença. Essa avaliação específica e individualizada é necessária ao sucesso do tratamento”, pontuou.

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