11/09/2025 - Redação
(Foto: Reprodução)
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Onde você estava no dia 11 de setembro de 2001?
Nesta data, há 24 anos, o mundo parou. Quatro aviões decolaram dos aeroportos de Boston, Newark e Washington, nos Estados Unidos. Todos iam para a Califórnia, mas jamais chegaram ao destino. Ao invés disso, o que aconteceu com eles mudou para sempre a história do século 21: o voo 11 da American Airlines foi dominado por 5 sequestradores e colidiu com a Torre Norte do World Trade Center, em Nova York, às 8h46; apenas 17 minutos depois, o avião que fazia o voo 175 da United colidiu com a Torre Sul. As duas outras aeronaves caíram em Washington, no Pentágono, e perto de Shanksville, na Pensilvânia.
Em um intervalo de 77 minutos, 19 terroristas da Al-Qaeda conseguiram cumprir o maior e mais ousado atentado terrorista em solo norte-americano da história. No total, 2.996 pessoas morreram em decorrência direta das ações terroristas. As consequências desse dia, no entanto, perduram por mais de duas décadas.
Mesmo 24 anos depois, o ataque terrorista de 11 de setembro de 2001 continua a deixar um rastro de consequências graves. Dados do Programa de Saúde do World Trade Center (WTC), divulgados pelo jornal New York Post, mostram que o número de mortes por câncer relacionados ao episódio já supera o total de vítimas fatais do dia do atentado.
Esses óbitos, causados por exposição a toxinas liberadas durante o colapso das torres e no aterro sanitário Fresh Kills, em Staten Island, somavam 3.767 até março deste ano, número bem maior que o de pessoas mortas no dia do ataque, de 2.977.
O aterro sanitário Fresh Kills tem uma relação direta com os casos de câncer relacionados ao 11 de setembro porque foi o principal local para onde os escombros das torres do World Trade Center foram levados após o colapso em 2001.
Segundo o Programa de Saúde do WTC, os detritos transportados para o aterro continham uma mistura de materiais tóxicos, como poeira de amianto, metais pesados, compostos orgânicos voláteis e outras substâncias cancerígenas liberadas durante a destruição das torres.
Socorristas e outros trabalhadores que atuaram no Fresh Kills, muitas vezes sem proteção adequada, como máscaras eficazes, foram expostos a essas toxinas enquanto transportavam os escombros ao aterro e vasculhavam os detritos em busca de restos humanos e evidências.
Essa exposição prolongada, combinada com a falta de equipamentos de segurança apropriados, contribuiu para o aumento de diagnósticos. Até março, 48.579 socorristas e sobreviventes haviam sido diagnosticados com a doença.
Os tipos de câncer mais comuns, de acordo com o Programa de Saúde, incluem pele, próstata, mama, melanoma, linfoma, leucemia, tireoide, rim, pulmão e bexiga.
Aumento nos diagnósticos
Segundo o Post, nos últimos cinco anos, houve um aumento de 143% nos diagnósticos de câncer entre as pessoas ligadas à tragédia, muito em função do envelhecimento da população afetada, hoje na faixa dos 50 e 60 anos.
Steven Markowitz, especialista em medicina ocupacional do Queens College, afirmou ao jornal que o envelhecimento dessa população contribui para o aumento dos casos. “Sabemos que a população está envelhecendo, então podemos prever que o número de cânceres aumentará”, disse.
John DeVito, um policial aposentado de 53 anos que trabalhou no Marco Zero e no aterro Fresh Kills sem proteção adequada, é um dos afetados. Diagnosticado com câncer de esôfago em 2020, ele passou por quimioterapia e teve parte do esôfago e do estômago removidos.
“Todos disseram que tudo estava seguro”, disse DeVito ao Post. O caso dele é parecido com o do policial aposentado Glenn Taraquinio, de 62 anos, que trabalhou na retirada de escombros. Ele foi diagnosticado com câncer de próstata em 2020.
Fonte: Portal R7