02/09/2018 - Jesika Mayara
Após proceder uma inspeção e constatar várias irregularidades no local, o Departamento de Vigilância Sanitária de Picos recomendou a interdição do Mercado Público do bairro Junco. Caso a recomendação não seja cumprida o município ficará sob pena de aplicação das infrações sanitárias previstas em lei.
A inspeção sanitária foi realizada no último dia 4 de agosto em atendimento a vereadora Francisca Celestina de Sousa, a Dalva Mocó (PTB), que integra a bancada de oposição ao prefeito de Picos, Padre José Walmir de Lima.
Segundo relatório de inspeção sanitária assinado no último dia 17 de agosto por três autoridades do setor, o Mercado Público do bairro Junco não está apto a desenvolver as atividades inerentes a sua natureza. Diante disso, o Departamento recomenda a interdição do estabelecimento até que sejam feitas as devidas adequações elencadas pelos técnicos.
O relatório é assinado pelas autoridades sanitárias Bruno Barbosa de Lima, Geovana Pereira de Sousa Luz e Danúbio Soares Batista. No termo de obrigações a cumprir, os três elencam as medidas a serem tomadas pela gestão municipal e o prazo estipulado para cada uma delas.
Dentre as exigências estão à recuperação do piso e de toda a cobertura, com limpeza da madeira, além de providenciar o forro e lavatório adequado e exclusivo para os manipuladores, isso dentro de um prazo de 90 dias. Apresentar certificado comprobatório do controle de pragas e vetores, regularidade do Corpo de Bombeiros, bem como uniforme completo (touca, luva e jaleco) adequado às atividades.
Situação encontrada
Durante a inspeção os técnicos da Vigilância Sanitária encontraram uma situação preocupante, a começar pelo prédio, uma edificação antiga que apresenta desgastes na sua estrutura. Partes do teto comprometido, piso apresentando avarias e soluções de continuidade que dificultam a limpeza, higienização e organização do ambiente.
Não apresenta também regularidade contra incêndio e pânico e nem controle de pragas. A fiação é antiga e encontra-se exposta, iluminação do ambiente deficitária, apresentando infestação de baratas do tipo germânica. Balcões onde são expostas as carnes e derivados apresentando solução de continuidade, sendo o tipo de material impróprio ao fim a que se destina (exposição/cortes).
O relatório aponta ainda que as ferramentas e utensílios usados no manuseio das carnes apresentam oxidação, os boxes não possuem rede de abastecimento de água para os processos de manipulação das carnes, e os profissionais que trabalham comercializando carnes não fazem uso dos EPI’s por completo.
Os técnicos da Vigilância Sanitária constaram ainda que existe acesso de animais domésticos a área interna do estabelecimento. A área interna do mercado apresenta o cruzamento de atividades com o comércio varejista de carnes e comércio varejista e produtos em geral com a predominância de produtos alimentícios, bem como de frutas e verduras.
Quanto aos banheiros, as instalações hidrossanitárias apresentam avarias e sujidades. “Os profissionais que trabalham no local não foram instruídos, treinados ou capacitados em educação e orientação em saúde pública, e nem apresentaram cartão de imunização, nem exames de saúde ocupacional” – alerta o relatório.
Fonte: JP online