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Matéria / Saúde

Pfizer e BioNTech publicam resultados preliminares de fase 3 de vacina para Covid-19

10/12/2020 - Redação

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P40G-IMG-4e5f6aa04a9a370bb3.jpg (Foto: Ruvic/Reuters)
P40G-IMG-4e5f6aa04a9a370bb3.jpg (Foto: Ruvic/Reuters)

A farmacêutica americana Pfizer e o laboratório alemão BioNTech publicaram, nesta quinta-feira (10), os resultados preliminares da fase 3 dos testes de sua vacina candidata contra a Covid-19. Os dados foram publicados na revista científica "New England Journal of Medicine", uma das mais importantes do mundo.

As informações já haviam sido divulgadas em novembro, mas só agora foram publicadas em revista. Isso significa que os dados da pesquisa foram examinados e validados por outros cientistas. A vacina da Pfizer/BioNTech, a BNT162b2, é uma das quatro que estão sendo testadas no Brasil.

Os laboratórios foram os segundos a divulgar dados de uma vacina em revista científica. Na terça (8), Oxford e AstraZeneca também publicaram resultados.

Principais pontos do anúncio
-Os resultados mostraram que a eficácia alcançada foi de 95% na prevenção à doença, e não houve efeitos colaterais graves. Na prática, se uma vacina tem 95% de eficácia, isso significa dizer que 95% das pessoas que tomam a vacina ficam protegidas contra aquela doença.
-Os testes também envolveram pessoas com mais de 65 anos, e, nesta faixa etária, a vacina teve 94,7% de eficácia. A idade mínima de participação foi 16 anos.
-Foram analisados 170 casos confirmados do novo coronavírus: 8 entre participantes que receberam a vacina e 162 entre participantes que receberam o placebo (substância inativa).
-Houve 10 casos graves de Covid-19, nove ocorreram no grupo placebo e 1 no grupo da vacina. Não houve óbitos – nem relacionados à vacina, nem à Covid-19.
-43.448 participantes participaram do estudo – 21.720 receberam a vacina e 21.728 receberam o placebo. Foram recrutados voluntários da Argentina, Brasil, África do Sul e Estados Unidos.
-A vacina foi administrada em duas doses, com intervalo de 21 dias.
-A eficácia começou após 28 dias da aplicação da primeira dose da vacina (sete dias após a aplicação da segunda dose).
-O estudo não foi desenhado para avaliar a eficácia de um regime de dose única. No entanto, no intervalo entre a primeira e a segunda dose, a eficácia da vacina foi de 52%.
-Entre os efeitos colaterais, 3,8% apresentaram fadiga e 2% tiveram dor de cabeça após a segunda dose.

Coordenador dos testes da Pfizer em São Paulo defende vacina gratuita ao alcance de todos
Coordenador dos testes da Pfizer em São Paulo defende vacina gratuita ao alcance de todos

Brasil quer vacina
Na quarta-feira (8), o Ministério da Saúde disse que o Brasil poderia ter vacinação contra a Covid-19 ainda neste mês ou em janeiro se a Pfizer conseguisse aprovação emergencial da sua vacina na Anvisa.

O anúncio foi feito depois de o governo dizer, na semana passada, que o Brasil não tinha infraestrutura para armazenar vacinas que exigissem temperaturas muito baixas de armazenamento. A vacina da Pfizer precisa ser mantida a -70°C.

Na segunda-feira (7), entretanto, o Ministério da Saúde já havia anunciado uma primeira mudança no posicionamento anterior: a pasta disse que assinaria uma intenção de compra de 70 milhões de doses da vacina da Pfizer.

No mesmo dia, mais cedo, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou que a vacinação no estado começaria em 25 de janeiro com outra vacina: a CoronaVac, produzida pelo laboratório chinês Sinovac e que ainda não foi aprovada pela Anvisa.

(Uma lei aprovada na pandemia permite, entretanto, que uma vacina contra a Covid-19 seja usada no Brasil mesmo sem registro na agência brasileira).

Doria e o presidente Jair Bolsonaro são adversários políticos. Em setembro, o governador anunciou um acordo de compra de 46 milhões de doses da CoronaVac e de transferência da tecnologia de produção da vacina para o Instituto Butantan, em São Paulo, que é uma instituição pública de pesquisa ligada ao governo estadual paulista. O instituto tem tradição na fabricação de vacinas no Brasil (assim como a Fiocruz, no Rio de Janeiro).

Quase dois meses depois, o Ministério da Saúde anunciou que também compraria a CoronaVac, mas o acordo foi desautorizado por Bolsonaro.

Na terça-feira (8), o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse que "se houver demanda e houver preço" o governo vai comprar "a vacina do Butantan".

 

Fonte: G1/ Bem Estar

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