21/03/2021 - Redação
O governador Wellington Dias (PT) confirmou na noite de ontem (20) a decisão de prorrogar por mais uma semana as medidas restritivas para tentar frear a transmissão do novo coronavírus. Wellington Dias prorroga o decreto, que vence amanhã, até o dia 28, e anunciou antecipação de feriado para a sexta-feira e lockdown parcial para sábado e domingo.
O governo não anunciou o feriado que será antecipado. A Procuradoria Geral do Estado analisa qual é o feriado, levando em conta a legislação municipal, estadual e federal e anunciará somente na segunda-feira. Nos três dias (sexta, sábado e domingo) só funcionará os serviços essenciais. O toque de recolher está mantido também a partir das 21 horas.
Após reunião com o COE (Comitê de Operações Emergenciais) do Estado, o governador resolveu prorrogar as medidas. Segundo ele, aumenta o número de óbitos no Piauí, chegando a 38 mortes como na sexta-feira, a ocupação de leitos que chega ao limite e a dificuldade de aquisição de insumos e medicamentos para os hospitais. Ocupação de leitos em regiões do Estado já chega a 100%, mais de 160 pessoas estão na fila de espera de um leito de UTI ou enfermaria.
Nos três dias ficam suspensas todas as atividades econômico-sociais, com exceção das seguintes atividades consideradas essenciais:
Mercearias, mercadinhos, mercados, supermercados, hipermercados, padarias e produtos alimentícios;
Farmácias, drogarias, produtos sanitários e de limpeza;
Oficinas mecânicas e borracharias;
Lojas de conveniência e lojas de produtos alimentícios situadas em rodovias estaduais e federais, exclusivamente para atendimento de pessoas em trânsito;
Postos revendedores de combustíveis e distribuidoras de gás;
Hotéis, com atendimento exclusivo dos hóspedes;
Distribuidoras e transportadoras;
Serviços de segurança pública e vigilância;
Serviços de alimentação preparada e bebidas exclusivamente para sistema de delivery ou drive-thru;
Serviços de telecomunicação, processamento de dados, call center e imprensa;
Serviços de saúde, respeitadas as normas expedidas pela Secretaria de Saúde do Estado do Piauí;
Serviços de saneamento básico, transporte de passageiros, energia elétrica e funerários;
Agricultura, pecuária, extrativismo e indústria;
Bancos e lotéricas.
A presidente do Conselho Regional de Medicina (CRM), Mírian Parente, integrante do COE Ampliado, apoia a decisão e manutenção das medidas restritivas. “A gente entende que a transmissibilidade só vai diminuir se a gente, de fato, aumentar as medidas de restrição. Esse é o posicionamento do conselho e nos manifestamos junto com a OAB e outros conselhos”.
O vice-presidente do Sindicato das Indústrias da Construção Civil de Teresina (Sinduscon), Guilherme Fortes elogiou a medida. “Ouvir a sociedade é muito importante, que é o que está fazendo agora. A sugestão de parar na sexta, que podemos fazer local, é importante. Se nós fecharmos um lockdown semanal, não vamos conseguir. As polícias têm outros focos, não dá pra fazer a fiscalização geral, teremos desobediência. A ideia de parar na sexta é a mais acertada no momento”, avaliou.
Estoque para 20 dias
“Nos hospitais, temos estoque destes medicamentos para 10 dias e, no depósito, para outros dez dias. Porém, estamos agilizando um sistema de compra e tivemos uma agenda técnica ontem com a equipe técnica do ministério para garantir a compra. Fizemos contato com os fornecedores, que são produtores diretos, credenciados no Ministério da Saúde e prometeram nos fornecer para sairmos dessa linha de risco”, explicou o governador.
Wellington Dias assegurou que o Estado ampliou os leitos ao máximo. “Não há pessoal. Não há profissionais. Só é possível abrir leitos onde há profissionais. Nas unidades onde havia dez leitos (de UTI), ampliamos para 20. Eu chamo atenção e é importante alertar aquelas pessoas que pensam que a saída é mais leitos. Essa saída não existe nem no aqui nem em qualquer lugar do Brasil. Em dado momento, a gente até poderia abrir uma chamada e vinham profissionais de outros estados. Agora nem isso mais, porque esgotou geral. É um drama que queria destacar”, explicou.
O secretário de Estado da Saúde, Florentino Neto, reforçou a necessidade de evitar mais contaminações para desafogar o sistema e profissionais de saúde. “A gente não tem condição de dizer que vai existir novos leitos. Os leitos que estão surgindo são da extrema capacidade dos nossos diretores. Precisamos ter o corte da transmissão. O caminho é o da ciência para cortar a transmissibilidade”, disse Florentino Neto.
Fonte: Cidadeverde.com e CCOM-PI