Picos(PI), 22 de Novembro de 2024

Matéria / Economia

Ovos de Páscoa estão mais caros neste ano com a alta do dólar e do cacau

Pesquisa aponta aumento de 11%, em média, para os tradicionais ovos de chocolate; para driblarem a escalada do custo de produção, indústrias apostam na estratégia da diversificaÃ

22/03/2021 - Redação

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P40G-IMG-de1f5e5576fd6ff6dc.jpg (Foto: Marcelo Camargo)
P40G-IMG-de1f5e5576fd6ff6dc.jpg (Foto: Marcelo Camargo)

A Páscoa deste ano será menos doce – e não é apenas pelo fato de estarmos no meio de uma pandemia. Os ovos de Páscoa estão em média 11% mais caros neste ano, enquanto os preços de bombons e barras de chocolate aumentaram 10%, aponta pesquisa da Associação Brasileira de Supermercados (Abras). O preço mais amargo é reflexo de uma série de fatores, que passam desde o dólar valorizado até o aumento da cotação do cacau no mercado internacional e o encarecimento do plástico e do papel que embalam os doces. “O reajuste está acima dos anos anteriores, quando se observava alta entre 5% a 8%”, afirma Marcio Milan, vice-presidente da Abras. Os ovos de chocolate de até 200 gramas — os mais tradicionais — lideram a alta com reajuste de 11,1% na comparação com o ano passado. Já a categoria de 201 gramas a 500 gramas está 10,9% mais caro, enquanto ovos acima de meio quilo aumentaram 11% no valor. As caixas de bombons, que muitas vezes substituem os ovos por causa do preço mais em conta, estão 10,7% mais caras. Chocolates em barra sofreram reajuste de 9,9%.

A constante alta do dólar é apontada como um dos principais fatores que puxam os preços para cima. Somente neste ano, a moeda norte-americana já registrou valorização de 5,72%, impactando no aumento de custos para a compra de insumos que compõem a linha de produção dos doces. Em paralelo, o preço do cacau sofreu uma série de reajustes no mercado internacional, principalmente no último trimestre de 2020, o que faz o valor acumular alta de aproximadamente 12% nos últimos 12 meses. Apesar de o Brasil ser um dos principais produtores da matéria-prima do chocolate no mundo, a sua precificação em dólar também incide no mercado doméstico. Já o preço das embalagens encareceram 30% no último ano, segundo dados da Associação Brasileira de Embalagens (Abre). Essa alta também cai na conta do dólar valorizado, já que que resinas e outros insumos são baseados na moeda norte-americana, além da falta de estoques por causa das paralisações da indústria devido a medidas de restrições adotadas em 2020.

Se para os consumidores o preço do chocolate ficou mais salgado, a conta é também pesada para as indústrias, que viram o custo da produção aumentar até 25% neste ano na comparação com 2020. É o caso da Cacau Show, uma das maiores fabricantes de chocolates do Brasil e com abrangência em todo o território nacional. Diante do aumento, o CEO da rede, Alexandre Costa, aposta na expansão da produção como meio de mitigar a transferência do custo aos consumidores, que deve chegar a 5% neste ano. “Nós conseguimos segurar o repasse aumentando a produção e a eficiência. Temos feito um grande esforço para não reajustar neste momento de grande rentabilidade”, afirma. E as apostas estão altas. Na comparação com a Páscoa de 2021, Costa estima incremento de 15% nas fábricas de chocolate, além da abertura de 500 novas unidades até dezembro.

Fonte: Jovem Pan

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