06/06/2023 - Redação
A prisão de duas irmãs teresinenses, Ingrid da Silva Castro e Agatha da Silva Castro, no dia 28 de maio, no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, ao tentarem embarcar para Paris, na França, chamou a atenção para o número de piauienses presos pelo tráfico internacional de drogas nos últimos dois anos.
Um levantamento feito pela Secretaria de Segurança Pública do Estado do Piauí indica que cinco piauienses estão detidos por esse crime.
“O número de teresinenses detidos nessas circunstâncias, nos últimos dois anos, chama atenção da Polícia do Estado do Piauí. No momento além das duas irmãs presas em São Paulo existem outros piauienses presos em Portugal, Turquia e Suíça. Além de um número que não consigo precisar de piauienses que já conseguiram a liberdade e voltaram para o nosso Estado”, disse o delegado Anchieta Nery, diretor de Inteligência da SSP-PI.
O piauiense preso em Lisboa, Portugal a quem o delegado Anchieta Nery se refere é o influencer João Pedro Morais Silva, mais conhecido como ‘Porca Milagrosa”, preso há cerca de um mês, quando também tentava embarcar com droga alojadas no aparelho digestivo com destino a Paris, França.
A identidade dos piauienses presos na Suíça e na Turquia não foi revelada pelo delegado.
Segundo o delegado Anchieta Nery a prisão das duas piauienses se deu pela polícia aeroportuária de São Paulo, que observou as duas jovens em “atitudes suspeitas”. “A pessoa começa a ficar nervosa, agitada e isso chama atenção da Polícia”, explica o delegado.
Questionado sobre a segurança do Aeroporto Petrônio Portela, em Teresina (PI), de onde a irmãs partiram com destino a São Paulo, o delegado diz acreditar que as jovens receberam a droga já em São Paulo. “A segurança aqui é efetiva. O Piauí não dispõe de aeroporto internacional, e a questão do tempo de deslocamento do Brasil até a França, nos faz acreditar que as mulas recebem a droga em Fortaleza (CE), São Paulo (SP), Brasília, ou seja, de onde sai o vôo internacional”, explica o diretor de Inteligência da SSP-PI.
Durante o interrogatório preliminar, ainda no Aeroporto de São Paulo, as duas piauienses preferiram ficar em silêncio. “Ainda não sabemos se foi a primeira viagem das duas portando drogas e, nem como se deu o agenciamento para o tráfico internacional. Esse é um tipo de ação que é muito comum no Brasil, e está se tornando comum, também, envolvendo teresinenses”, explica o delegado.
Ingrid já era investigada pela venda de drogas, em Teresina, já Agatha não tinha envolvimento anterior com o cometimento de crimes.
Cada uma das jovens levava entre 600g e 800g de droga no aparelho digestivo. Segundo o delegado, a promessa que os traficantes costumam fazer para as mulas gira em torno de € 6 mil (seis mil euros) a € 8 mil (oito mil euros), mas na hora do pagamento isso pode não se concretizar.
“O que sobra para esses jovens, que fazem o trabalho de mula, é o processo na Justiça, a ficha manchada pelo crime de tráfico internacional de drogas, e em alguns casos a morte. Se uma cápsula dessas romper no estomago a pessoa precisa ser operada. Vão abrir a sua barriga para tentar salvar a sua vida. Se o rompimento se der longe de um hospital, como por exemplo em vôo, o resultado é a morte. E muitas vezes a promessa aqui é um valor alto, mas quando chega na hora de receber o dinheiro o valor é bem menor”, alerta o delegado.
Fonte: Cidade Verde