(Foto: Cidade Verde)

(Foto: Cidade Verde)

Um casal da cidade de Miguel Alves, no interior do Piauí, teve um prejuízo de R$ 9 mil ao cair no golpe do "Falso Intermediário" durante a negociação da compra de um carro modelo D20. O veículo foi colocado à venda no Facebook por cerca de R$ 38 mil pelo verdadeiro proprietário. Contudo, um criminoso copiou o link do anúncio e assumiu a negociação. 

"O verdadeiro proprietário do veículo, uma pessoa de boa fé, colocou o carro à venda pelo Facebook. O criminoso pegou esses dados e criou outro anúncio, como se o carro fosse dele. O casal gostou do carro e acertaram tudo. Na hora de ver o veículo, o criminoso disse que o carro era de um amigo [no caso, a pessoa de boa fé] e pediu pra que o casal só desse uma volta no carro e não comentasse nada sobre o valor que eles tinham acertado, pois conseguiria um preço menor do que o do anúncio. Acreditando nisso, o casal cumpriu o combinado, transferiu parte do dinheiro e só percebeu que caiu no golpe quando o verdadeiro dono do carro disse que não tinha recebido o dinheiro", explica o delegado Odilo Sena, titular do 6º Distrito Policial.

No golpe do Falso Intermediário, tanto o vendedor [verdadeiro proprietário], como o comprador em potencial se tornam vítimas. 

Ao Cidadeverde.com, o casal relatou que o criminoso disse que era da cidade de São Raimundo Nonato, no interior do estado. Da negociação até o depósito de R$ 9 mil foram apenas dois dias. 

"Estamos indignados. Por um momento, suspeitamos. Mas como andamos no carro e vimos o dono, parecia que estava tudo certo. O dinheiro era das nossas economias e pedimos também uma parte emprestado", lamentou o casal que preferiu não ser identificado. 

No anúncio verdadeiro, o carro foi colocado à venda por R$ 38.700 mil. Já a proposta oferecida pelo criminoso era de R$ 35 mil. 

"Além de desconfiar do valor, as pessoas que compram carro ou outro bem pela internet devem desconfiar de tudo. Se a pessoa que negocia com você se chama Francisco e a conta que ele passa é de uma pessoa com nome Juliana, por exemplo, já é um sinal de alerta. Em um momento a pessoa diz que é dono, depois diz que já é outra pessoa, então já é pra desconfiar. Você que vai colocar seu dinheiro, então fale com o dono, desconfie, tenha cautela e confirme todas as informações", explica o titular do 6º DP

O delegado alerta que o golpe não é novo, mas sempre surgem novas vítimas. Somente nos últimos 30 dias, no 6º Distrito Policial, quatro pessoas foram lesadas. 

"Tivemos vítimas com prejuízo de R$ 1 mil; de R$ 3.900; de R$ 9 mil e até de R$ 33 mil. Acredito que até tenham mais vítimas que não registram boletim de ocorrência por vergonha de ter caído no golpe. Os criminosos geralmente são do Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul", alerta o Sena. 

Ele conta ainda que os criminosos usam outras redes sociais como o WhatsApp e até ligação telefônica para ludibriar a vítima. Odilo Sena pontua que nem sempre é possível o ressarcimento do dinheiro. 

"Por isso, a gente faz esse trabalho preventivo, para que as pessoas fiquem alerta. Alguns casos, é possível recuperar o dinheiro, mas o trabalho é imenso e demorado. Em algumas situações, descobrimos quem é o criminoso e ele até chega a devolver o dinheiro, mas não é processado. Com isso, acaba fazendo outra vítimas posteriormente. O alerta é para que as pessoas não sejam vítimas", finaliza Odilo Sena.

Cidade Verde