Picos(PI), 23 de Novembro de 2024

Matéria / Economia

Equatorial faz lance único e compra a Companhia de Energia do Piauí

Distribuidora é a 1ª de 6 empresas controladas pela Eletrobras que governo pretende privatizar

26/07/2018 - Jesika Mayara

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P40G-IMG-17325ea7cf9d8f97b41.jpg Representantes da Equatorial, durante cerimônia de batida de martelo de arremate da Cepisa, nesta quinta-feira (26) na sede da B3, em São Paulo (Foto: Luísa Melo/G1)
P40G-IMG-17325ea7cf9d8f97b41.jpg Representantes da Equatorial, durante cerimônia de batida de martelo de arremate da Cepisa, nesta quinta-feira (26) na sede da B3, em São Paulo (Foto: Luísa Melo/G1)

A Equatorial Energia comprou nesta quinta-feira (26) a Companhia de Energia do Piauí (Cepisa), no 1º leilão de privatização de distribuidoras controladas pela Eletrobras, realizado na sede da B3 (antiga BM&F Bovespa), em São Paulo. A empresa foi a única a dar lance no leilão.

O leilão da Cepisa foi tratado pelo governo como primordial para dar uma sinalização positiva para o mercado e acionistas da Eletrobras.

Sobre o fato de uma única empresa se interessar pela Cepisa, o ministro de Minas e Energia, Moreira Franco, disse que "o objetivo do governo era começar" (o processo de venda das distribuidoras). Ele acrescentou ainda que a Equatorial é um grande grupo e bem preparado para atender o Piauí "com energia barata e de boa qualidade", uma vez que já está presente no Nordeste

A Equatorial Energia é uma holding que controla a Cemar, no Maranhão, e a Celpa, no Pará, e tem importante participação no capital da Termoelétrica Geranorte. De capital pulverizado, a companhia tem entre seus acionistas a Blackrock, Opportunity e Squadra Investimentos, além de 69,7% de participação de administradoras e minoritários.

Em fevereiro, a assembleia da Eletrobras aprovou a venda das distribuidoras. Decidiu, ainda, assumir R$ 11,2 bilhões em dívidas das empresas. Se as distribuidoras não forem vendidas, a Eletrobras fará a liquidação das empresas, ou seja, encerrará a operação, medida que poderia custar pelo menos R$ 16,6 bilhões à estatal.

Redução da tarifa para consumidores
Ao oferecer um lance com índice de deságio de 119 pontos, a Equatorial abriu mão de toda a flexibilização tarifária e ainda pagará uma outorga ao governo para assumir o controle da Cepisa. A nova dona da distribuidora também se compromete a fazer um aporte de mais de R$ 700 milhões em investimentos.

Com a privatização, a redução de tarifas para o consumidor será da ordem de 8,5%, segundo a Aneel. O diretor-geral da agência, Romeu Rufino, explicou que a tarifa da Cepisa foi flexibilizada há cerca de 2 anos em 8,52% para corrigir problemas de custos na concessão. Ao arrematá-la, a Equatorial abriu mão desse "reajuste", o que tornará a energia mais barata para os consumidores.

Pelas regras do leilão, seria declarada vencedora a empresa que ofertasse o maior desconto da tarifa de energia (deságio). Por decisão do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o deságio mínimo foi fixado em 61,31% do reajuste extraordinário de 8,52% concedido à Cepisa há cerca de 2 ano pela Aneel, o que garantia uma redução de, pelo menos, 5,22% na tarifa de energia para os consumidores do estado.

Diante das dívidas de R$ 2,4 bilhões da empresa, foi fixado para a licitação um valor simbólico de R$ 50 mil. Como o oferta da Equatorial superou o deságio de 100%, será calculado também um valor de uma outorga a ser paga à União.

O ministro avaliou o leilão como um sucesso e que o fato de haver apenas uma proponente não importa. "O que importa é o que fica para o consumidor", afirmou Ronaldo Fonseca.

"Esse ativo é muito a nossa cara", disse o presidente da Equatorial Energia, Augusto Miranda, acrescentando que a empresa também tem interesse nas demais distribuidoras que serão leiloadas. Segundo ele, o fato de a companhia já estar presente no leste do Maranhão permitirá ganhos de sinergia.

Sobre a possível demissão de atuais funcionários da Cepisa, o presidente da Equatorial disse que haverá diálogo e que a preferência da empresa é sempre pela “prata da casa”.

 

Fonte: G1

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