03/07/2019 - Redação
Jogar no Mineirão não é problema para o Brasil. É perigo, sim, para a Argentina. A seleção brasileira foi eficiente, contou com a sorte quando precisou e bateu a equipe de Lionel Messi por 2 a 0, nesta terça-feira, para garantir vaga na final da Copa América. Pela segunda vez em menos de três anos os argentinos vieram para Belo Horizonte e vão embora com derrota.
O Brasil não foi brilhante. O time de Tite levou duas bolas na trave (uma em cada tempo), deu espaço excessivo para Messi e foi dominado durante boa parte do jogo. No entanto, teve a favor o brilho de jogadas individuais e o equilíbrio defensivo para sacramentar a volta à final da Copa América depois de 12 anos. A próxima parada agora é no domingo, contra Peru ou Chile, que decidem a outra vaga nesta quarta-feira, em Porto Alegre.
A semifinal desta terça começou disputada, aguerrida e com muitas faltas. Inflamados pela cantoria das torcidas durante os hinos, os jogadores exageraram na força das divididas. Os times se estudaram nos primeiros minutos, em busca de um encaixe. Casemiro grudou em Messi, Philippe Coutinho era vigiado por De Paul e a partida era travada. Embora com menos posse de bola, a Argentina deu o primeiro susto, em um chute de Paredes.
O Brasil tocou a bola com paciência e saiu na frente após Daniel Alves desequilibrar. Foram dois lindos dribles até a bola chegar na ponta para Roberto Firmino cruzar para a área. Gabriel Jesus só tirou do goleiro Armani para abrir o placar, aos 18 minutos. A torcida cantou animada no Mineirão, confiante e livre do sufoco de ver a agonia de um 0 a 0 se arrastar por muito tempo.
Mas logo depois quem começou a dominar o jogo foi a Argentina. Messi passou a ditar o ritmo pelo lado direito, pois recebia a bola com liberdade e encontrava sempre com quem tabelar. Aos 29 minutos, o camisa 10 cobrou uma falta para Agüero acertar o travessão e deixar o Mineirão em apuros. O lance fez o time argentino crescer e ficar muito perto do empate. Acuados, os brasileiros ficaram à espera do fim do primeiro tempo.
No intervalo, o presidente Jair Bolsonaro desceu ao gramado para cumprimentar torcedores enquanto o técnico Tite mexia na equipe. Éverton deixou a equipe e deu lugar a Willian. A alteração foi para fazer o time ter mais chegada pelo lado esquerdo e não só na direita. Uma tentativa boa, porém insuficiente para solucionar o problema chamado Messi. O camisa continuava a incomodar bastante.
A cada participação dele no jogo, uma horda de brasileiros tentava recuperar a bola de forma desesperada. A Argentina encontrava espaços no segundo tempo, inclusive com uma liberdade absurda para Messi. O camisa 10 teve a comodidade de entrar na área aos 11 minutos e acertar a trave. A Argentina era melhor no jogo e ousou minutos depois, ao colocar Di María e ganhar mais um atacante.
O Brasil estava dominado pelo adversário, sem saída de jogo, como se fosse um boxeador nas cordas. Quando o empate parecia perto e o time aparentava cansaço novamente Gabriel Jesus resolveu. Aos 25 minutos, ele puxou sozinho um contra-ataque, enfrentou três argentinos e só rolou para Firmino completar. Os 2 a 0 premiaram a eficiência, mas não o domínio de quem estava melhor no jogo.
A partida ficou ainda mais faltosa no fim. O Brasil demonstrou cansaço, amenizado somente pelos gritos de "olé" e de "eliminado" vindos da torcida. Abatidos, os argentinos viram o quanto a seleção brasileira pode ser eficiente e fatal. Aliviada, a seleção brasileira passa por mais um jogo sem sofrer gol e se aproxima do título.
Estadão Conteúdo