28/08/2019 - Redação
Brasil possui o terceiro maior banco de doadores de medula óssea do mundo. No Registro Nacional de Doadores (Redome), mais de cinco milhões de pessoas estão cadastradas como voluntárias e, no Piauí, quase 90 mil pessoas estão nesse banco.
Apesar da grande quantidade de voluntários, a fila de espera por um transplante de medula óssea soma 850 pacientes. Para se ter uma ideia, a possibilidade de encontrar um doador compatível é de um para cada 100 mil pessoas. Por isso, é importante que mais pessoas se cadastrem no Redome.
“O cadastro é simples: a pessoa vai ao hemocentro e assina um Termo de Responsabilidade e é colhido em torno de 5 ml de sangue. Dessa amostra é feito um exame de histocompatibilidade e esse DNA é encaminhado para o Inca (Instituto Nacional do Câncer) através do Redome, onde a história genética do voluntário será confrontada com a dos pacientes que estão aguardando na fila de espera, que são 850 em todo o Brasil”, explica Jurandi Martins, diretor do Centro de Hematologia e Hemoterapia do Estado do Piauí (Hemopi).
Para fazer o cadastro, é colhida apenas uma amostra de 5 ml de sangue - Foto: O Dia
A medula óssea é uma substância encontrada nos ossos do ser humano, senda na bacia o local com maior quantidade de medula. É uma célula que gera mais células e serve para cura de algumas doenças do trato, sobretudo hematológicas, infectocontagiosas. O transplante consiste na substituição de uma medula óssea doente ou deficitária por células normais de medula óssea, com o objetivo de reconstituição de uma nova medula saudável. “Essas pessoas que estão precisando de medula óssea, na sua maior parte, só têm condições de vida e saúde reestabelecidas caso realize o transplante”, frisa Jurandi Martins.
Os hemocentros regionais são os responsáveis por cadastrar os interessados em se tornar doadores de medula óssea. Um indivíduo pode ser voluntário para a doação de sangue, doação de medula ou de ambos. É importante que esse desejo seja explicitado no momento do cadastro. No Piauí, os interessados podem se cadastrar nos hemocentros de Teresina, Parnaíba, Picos e Floriano.
“A pessoa que tem entre 18 e 55 anos pode se dirigir até um dos nossos hemocentros. Em Teresina, funcionamos de segunda a sábado, das 7h15 às 18h, inclusive no horário do almoço, feriados, e estamos abertos tanto para doador de sangue como de voluntário de medula óssea. No interior do Estado, os regionais são abertos de segunda a sexta, das 8h às 18h”, comenta.
Se houver compatibilidade do voluntário com o paciente que está na fila de espera, todo o procedimento, desde deslocamento, hospedagem e o próprio transplante é custeado pelo Inca. Jurandi Martins reforça que é importante conscientizar a população que vai se cadastrar no banco de voluntários para a espontaneidade do voluntarismo, ou seja, que a pessoa possa ir necessariamente para ajudar ao próximo, seja ele quem for, e não para ganhar algum benefício ou bônus.
Atualização do cadastro
Cerca de 40% das pessoas que estão cadastradas no Redome estão com o endereço desatualizado, o que tem dificultado que o Inca entre em contato, em caso de compatibilidade. Por isso, sempre que possível, deve-se acessar o site e atualizar as informações.
“O doador deve informar sempre que houver alteração em qualquer dado do cadastro (endereço, telefone, etc.). Esta informação pode ser encaminhada pelo site do Redome ou através do Hemocentro que o cadastrou”, finaliza Jurandi Martins, diretor do Hemopi.
Portal O Dia