21/02/2020 - Redação
O presidente Jair Bolsonaro autorizou o emprego das Forças Armadas no Ceará, que enfrenta uma paralisação de policiais desde a terça-feira, 18. Com isso, tropas do Exército poderão reforçar a segurança nas cidades. Na Região Metropolitana de Fortaleza houve registros de depredação de viaturas e ocupação de prédios. A instituição da Garantia da Lei e da Ordem (GLO) no Estado foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União nesta quinta-feira.
Acabei de assinar a GLO para Fortaleza. O governador (Camilo Santana) preencheu os requisitos”, disse Bolsonaro a jornalistas ao chegar no Palácio da Alvorada. O período autorizado é de sexta-feira, 21, até o dia 28 de fevereiro. O Comando Militar do Nordeste será o responsável pela operação.
Nesta quinta-feira, cerca de 300 homens da Força Nacional de Segurança já foram enviados ao Estado, após o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, atender ao pedido feito por Camilo.
O presidente ainda afirmou que o governo precisa do Congresso para aprovar o chamado excludente de ilicitude, que foi retirado do pacote anticrime enviado por Moro. Bolsonaro disse que a medida poderia dar amparo aos militares que irão atuar no Ceará durante operações de GLO.
“Deixo bem claro uma coisa, a gente precisa do Parlamento para que seja aprovado o excludente de ilicitude. Minha consciência fica pesada nesse momento porque tem muito jovem de 20 anos de idade que está na missão (da GLO). É uma missão que se aproxima a uma de guerra”, disse o presidente.
“Depois, caso tenha qualquer problema, pode ser julgado por lei de paz. Então, nós temos que dar garantida jurídica, retaguarda jurídica a esses militares das Forças Armadas que estão nessa missão. É irresponsabilidade nós continuarmos fazendo essa operação sem dar essa garantia aos integrantes das Forças Armadas”, declarou Bolsonaro.
Sobre o episódio envolvendo o senador Cid Gomes (PDT-CE) – que foi baleado ontem após tentar invadir quartel tomado por policiais amotinados -, o presidente disse que “imagens valem mais do que milhões de palavras”.
Na tarde de quarta-feira, Cid fez discurso chamando parte dos policiais de “bandidos” e, em seguida, dirigiu-se ao quartel do 3º BPM. Ele avisou aos policiais que teriam cinco minutos para sair, derrubou o portão do quartel com uma retroescavadeira, sendo baleado em seguida.
Cid Gomes foi levado ao Hospital do Coração de Sobral, onde passou por cirurgia. Ele não corre risco de morte.
Fonte: Estadão