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Piauí reduz em 70% número de transplantes após pandemia

A queda brusca reflete no Piauí de forma mais intensa o que vem ocorrendo em todo o Brasil

26/05/2020 - Redação

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P40G-IMG-0c4832f2c78223dd6c.jpg (Foto: Reprodução)
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Desde meados de março, o estado do Piauí registrou apenas cinco transplantes, e em três situações específicas. Resultado direto da crise do coronavírus, esse número é cerca de 75% menor que a média de antes da pandemia. A queda brusca reflete no Piauí de forma mais intensa o que vem ocorrendo em todo o Brasil, com significativa redução no número de transplantes. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Transplantes de Órgãos (SBTO), os transplantes de rins, coração, fígado e pâncreas caíram em média 34% em todo o Brasil, mas com impacto maior no Norte e Nordeste.

Segundo a SBTO essa média nas duas regiões é de 50% e se justifica pelas limitações de estrutura hospitalar. Ainda segundo a SBTO, os transplantes de córnea e medula óssea praticamente deixaram de ser feitos nos últimos dois meses. Os números específicos do Piauí reproduzem de forma mais grave toda essa realidade nacional: aqui foram apenas cinco transplantes desde meados de março.

Esses registros piauienses estão distribuídos em três situações: um caso de transplante de rim entre vivos; um outro caso (transplante de córnea) gerado de situação traumática; e mais um trauma que possibilitou múltiplos transplantes (em concreto, três: rim, córnea e fígado). No caso do transplante de fígado (cirurgia que o Piauí não realiza), houve a captação do órgão no Estado, que em seguida foi enviado para paciente na Bahia.

Segundo o diretor do Hospital Getúlio Vargas (HGV), Gilberto Albuquerque, o Piauí realiza uma média de 8 transplantes programados (de rins, entre vivos) por mês, além dos casos traumáticos. Isso daria algo em torno de 20 cirurgias nesses pouco mais de 2 meses. Foram apenas 5, portanto um quarto (ou 75%) do que poderia ter acontecido.
 

HGV acompanha 240 que esperam transplante de rim
O impacto da pandemia é grande para um número significativo de pessoas. Somente no HGV, cerca de 240 pessoas são monitoradas na expectativa de um transplante de rim. E, nesse momento, mesmos os transplantes programados não estão sendo realizados. Gilberto Albuquerque diz que a grande maioria teme estar dentro de um ambiente hospitalar nesse momento e, se podem, suspendem as cirurgias programadas. Antes, o HGV realizava dois transplantes semanais programados, sempre às quinta-feira.

Gilberto revela ainda que a pandemia dificulta também a captação de órgãos de pessoas com mortes traumáticas. Isso porque deve ser considerado o risco da pessoa ser um vetor do coronavírus, exigindo exames adicionais que podem cobrar um tempo crucial. Toda essa situação gera o registro de acentuada queda nas doações e, portanto, no número de transplantes.

 

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